Benfeitores do Dodecaneso — Castelórizo

Por Manólis Kolezákis — 6 de outubro de 2025
Fontes: Evangelos N. Vardamídis, “História da Ilha de Megísti”

Achílleas Diamantáras

Educador e Historiador de Castelórizo

Achílleas Diamantáras nasceu em Castelórizo, no século XIX, em uma família greco-cristã. Recebeu sua educação básica na ilha e, posteriormente, estudou em Atenas, onde concluiu o ensino secundário e se formou em Filologia na Universidade de Atenas.

De volta à ilha, assumiu a direção da Escola Urbana de Meninos, que em 1905 passou a ter oito classes, além de supervisionar todo o sistema educacional local, inclusive o Parthenagogeio (Escola de Meninas). Foi ele quem obteve espaços adequados e modernos para as escolas, promovendo a fundação da majestosa Escola Sandrápia, de estilo neoclássico inspirado na Universidade de Atenas.

Graças a sua iniciativa, o grande benfeitor Loukas Sandrapés, natural de Castelórizo e radicado no Egito, financiou a construção de edifícios escolares para a juventude de sua terra natal.

Achílleas foi um educador inspirado, empenhado em transmitir aos alunos uma formação clássica helênica, sólida formação moral e profundo amor à pátria, ao Helenismo e à liberdade. Trabalhou com abnegação por quarenta anos, até deixar a ilha durante a ocupação francesa, não aceitando pressões sobre seu trabalho pedagógico. Serviu então em Aegina, até seu falecimento em janeiro de 1930, em Nea Smyrni, na casa de sua filha Krystalla Amorgiannou.

Entre seus legados culturais está um conhecido poema escolar que ele próprio compôs, no qual exortava os alunos ao estudo e à valorização de suas raízes. Além de pedagogo, Diamantáras foi historiador, folclorista e arqueólogo: pesquisou documentos históricos inéditos da ilha, recolheu provérbios, canções populares, rimas narrativas e costumes locais, registrando melodias tradicionais e colaborando em escavações arqueológicas que trouxeram à luz moedas antigas, joias e achados hoje guardados no Museu Arqueológico Nacional da Grécia.

Igreja de São Jorge Sandrapés: Um Sonho de um Século

Após mais de cem anos, o Igreja de São Jorge Sandrapés, iniciada em 1902, finalmente está sendo restaurada graças ao patrocínio e cuidado pessoal do armador Thanassis Martinos e sua esposa Marina.

A igreja leva o nome de Loukas Sandrapés, que financiou sua construção inspirando-se na igreja de Santa Irene, em Atenas. A obra foi interrompida após a morte dos doadores, em 1907–1908, e permaneceu inacabada durante décadas.

O templo, de estilo cruzado inscrito e ecletismo arquitetônico, possui colunas internas com capitéis coríntios, um ambão artisticamente elaborado com o “chifre da abundância” e um trono episcopal ornamentado. Por sua importância artística e histórica, foi declarado monumento protegido pelo Ministério da Cultura da Grécia. A restauração é conduzida pela Associação “Aigeas”, dos benfeitores Thanassis e Marina Martinos.

Educação e Infraestruturas no Século XIX

Durante o século XIX, Castelórizo contava com um sistema educacional desenvolvido:

  • Sandrápia Escola Urbana: edifício majestoso erguido por Loukas Sandrapés, com 7 professores e 480 alunos. Sofreu danos severos no bombardeio de 1943.
  • Parthenagogeio (Escola de Meninas): duas grandes salas, 7 professoras e 400 alunas, financiada por Theodosios Pegklís.
  • Jardim de Infância: uma professora, uma assistente e 100 crianças, construído por Vasilios Sávvas.
  • Escola de São Jorge: no bairro Mouráyio, com 2 professoras e 150 alunos, fundada por Nikolaos Stamatoglou.

A ilha também possuía edifícios públicos bem estruturados, como matadouros, depósitos de materiais inflamáveis, edifício da Demogerontia (autoridade local), que abrigava também a farmácia pública, financiada por notáveis locais.

Saúde

A assistência médica era fornecida por dois médicos contratados pela Demogerontia, com remuneração de 150 a 200 moedas de ouro de vinte francos, além de um farmacêutico diplomado com assistente. Entre os médicos atuantes destacam-se K. S. Diamantáras e Christódoulos Konstantínou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *