2012: A preparação do Santo Myrron (Crisma)

O Santo Mirron (Crisma) é o óleo resultante da mistura de 57 diferentes plantas medicinais e aromáticas feita exclusivamente pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla a cada dez anos e enviado depois a todas as Igrejas Ortodoxas no mundo. A preparação do Santo Crisma é feita com base na descrição de Moisés no livro do Êxodo (Ex 30, 22-25).

O Óleo do Santo Crisma, ou Santo Mírron, começou a ser preparado pela Igreja Cristã no século II dC. No século VIII, o direito de preparar o óleo do Crisma era dos bispos. Depois, somente os Patriarcas podiam fazê-lo e, mais tarde, este ofício passou a ser presidido pelo Patriarca Ecumênico de Constantinopla – Primeiro entre os Iguais na Ortodoxia.

De acordo com registros, a partir do século XX, o Santo Óleo foi preparado:

» em 1903 e 1912, pelo Patriarca Joaquim;
» em 1928, pelo Patriarca Basílio;
» em 1939, pelo Patriarca Benjamin;
» em 1951 e 1960, pelo Patriarca Athenágoras;
» em 1973 e 1983, pelo Patriarca Dimitrios;
» em 1992, 2002, e neste ano de 2012, pelo Patriarca Bartolomeu I.

A preparação do Santo Óleo do Crisma se dá na Semana Santa, do Domingo de Ramos até a Quinta-Feira Santa . No domingo e na Segunda-feira Santa, fazem-se as misturas das ervas com o óleo de oliva em grandes vasilhas que são levadas depois ao fogo, com a bênção patriarcal. O fogo é alimentado por troncos de árvores secas e, é costume queimar neste fogo os ícones danificados e os livros litúrgicos sem mais condição de uso. Na terça-feira Santa, durante a preparação do Santo Crisma, faz-se orações pelos benfeitores que financiaram a compra do óleo e das ervas. Na Quarta-feira, acrescenta-se à mistura as últimas essências naturais e tem início o processo de filtração, destilação e purificação do óleo que, ao final, é colocado em recipientes de prata. Finalmente, na manhã da Quinta-Feira Santa, quando se celebra as Matinas na Catedral de Santo André, em Constantinopla (atual Istambul) 24 sacerdotes (Arquimandritas) entram solenemente na Igreja trazendo 12 potes de prata contendo o santo Mirron que será abençoado pelo Patriarca Ecumênico ao final da Divina Liturgia. Uma vez pronto, é guardado em segurança e de lá é distribuído às igrejas Ortodoxas em todo o mundo.

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